Sempre gostei de cornos. De cornos e de chifres, que são distintos. Refiro-me aos verdadeiros, biológicos, grandes, de preferência, essa espécie de coroa caprichosa talhada pela madre natura e distribuída por alguns quadrúpedes mamíferos. Onde estaria a graça de um antílope indiano sem os seus magníficos cornos retorcidos? E a majestade de um búfalo acórnio? Um veado ou um alce é muito mais belo com a prodigiosa armação craniana no apogeu; um rinoceronte descornado é uma figura trágica; um boi barrosão sem hastes amplas perderia a aura de divindade antiga. Um mundo sem pares de cornos é tão desolador como um jardim sem flores e os unicórnios fazem falta às utopias inofensivas.
Foi com grande alegria que achei este corno de carneiro e esta não foi a única composição em que o integrei, que há que fazer render o peixe, digo, o corno.
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