Do que visualmente mais aprecio nos cogumelos é da ambiguidade. Ora me lembram flores, ora me parecem seres vivos marítimos — corais, anémonas, conchas de ouriços ou de amêijoas. Talvez por isso é que são muito versáteis e suportam tanto a conjugação com elementos da flora como da fauna, como do mundo mineral, tanto da serra como do jardim, do rio, do mar. Imagino que àqueles a quem nauseia a ambiguidade, porque é terreno indefinido, inseguro, lhe seja vedado o gozo de um jardim tão fértil de possibilidades.
Ocorreu-me escrever sobre este tema, não por causa dos cogumelos desta composição, mas por causa do tronco em que se encontram quase embutidos. Não lembra a pele de um elefante?
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