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30 setembro 2018

Pressas

Sou mesmo impaciente. Fiz esta composição há menos de 3 horas e já estou a publicá-la, tendo tantas em carteira. É como no Serviço Nacional de Saúde, uma lista de espera que cresce, cresce...

Gosto desta planta que trouxe da Linha do Corgo — espaço que devia ser elevado à categoria de reserva botânica — e que acho poder ser Epilobium parviflorum; o fungo branco é Fomitopsis betulina jovem, trazida de um bosque feérico da Serra da Estrela; o pequeno cor-de-laranja é um falso-cantarelo e o primeiro exemplar de Higrophoropsis aurantiaca do ano; o cascalho de conchas não sei donde provém, comprei-o numa loja onde me costumo perder por tesouros marítimos.

Covão d’Ametade

Já com cogumelos frescos e ainda com muitas plantas secas, hoje sai uma composição feita há dois dias no Covão d’Ametade, na Serra da Estrela. Apesar de a chuva não ter caído há bastante tempo, o chão do bosque estava tão coberto de cogumelos que era necessária bastante atenção para não os pisar. Assim dá gosto. Se souberem de outro lugar em que eles abundem, avisem-me. Sou bem capaz de fazer umas centenas de quilómetros para conhecer tal paraíso.

26 setembro 2018

Do início do Verão

O prometido é devido, o anunciado deve ser publicado. Adiantei que tinha mais de duas centenas de composições por despachar. É uma quantidade que já dá um comboio carregado. Faltou informar que partirão de todas as estações. Esta é do início do Verão que, recordo, arrancou bem beneficiado de chuva e humidade, cujos frutos colhidos no recinto da Albufeira do Azibo aqui se exibem.

25 setembro 2018

Anseio

Para aqueles que, como eu, nesta canícula extemporânea, anseiam por verde:musgos verdes, prados de erva suculenta, relva fresca. Verde!

24 setembro 2018

Boas entradas ll

Esta composição integra maçãs, rosas secas do meu jardim, hortênsias secas da casa florestal do Marão, orquídeas secas dos vasos de casa, cardos roxos enormes oferecidos por uma amiga há dois aniversários atrás. O resto é tudo silvestre: dos prados, das bermas dos caminhos, dos montes. Tudo colhido durante o Verão, mas na composição fica outonal. Ou nem por isso?

23 setembro 2018

Boas entradas

E está inaugurada a estação, para muitos a mais bonita, para mim a mais docemente melancólica, com perdão para a redundância entre advérbio e adjectivo. Isto não que dizer que a partir de hoje só publicarei fotografias de composições outonais, no ser e no parecer. Tenho de despachar as mais de 200 que ainda tenho em arquivo...

22 setembro 2018

Uma flor, três estações

Quando era criança, a minha mãe mandava-me apanhar despedidas-de-verão no jardim para as jarras. Eu ficava sempre surpreendida com o nome destas flores, porque tinham um ar muito primaveril e porque apareciam quando ainda fazia tanto calor que o fim do Verão parecia algo abstracto.

Estas encontrei-as à beira da barragem de Vila Pouca de Aguiar, como se fossem silvestres. Continuam refrescantes como quando me lembravam a Primavera. As temperaturas andam por alturas estivais e já temos um pé às portas do Outono.

Despedidas de Verão

Por razões que não sei explicar convincentemente, tenho andado arredada da postagem facebookiana. Vou tentar remediar a falha com este díptico que servirá também para me despedir do Verão com reverência. Do Verão do calendário, porque o da meteorologia está de pedra e cal, digo, de calor, sol e seca firmes. Caiu tanta chuva, tantas pessoas se cansaram dela e afinal já as albufeiras estão com os fundos à mostra. O chão crepita de tanta erva e folha seca e o pó abundante do solo agarra-se à pele, teimando em chegar a casa. Se não chover, estamos outra vez bem arranjados...

16 setembro 2018

As últimas do Verão

Estou cada vez mais cardosa, seguindo a designação comum de pelo menos 6 espécies diferentes destas plantas de folhas e caules com espinhos endiabrados e flores de centro fofo. Nesta altura, muitos destes ainda conservam o amarelo da flor. Os bugalhos parecem camoeses, a roseira-canina está com os cálices bem pintados. Embora as ervas secas imponham o dourado, ainda há muita cor nalguns sítios, como é o caso da albufeira do Azibo. Os cogumelos são muito poucos. Avistar estes num grande tronco de sobreiro tombado na linha de água, sob um sol impiedoso, foi um daqueles momentos em que se ganha o dia.

14 setembro 2018

Cabo Espichel

Sob um sol de «derreter untos», revisitei o Cabo Espichel, ritual que já conta décadas. Deparei-me com vedações e pistas por onde se pode andar em segurança, com muitos mais turistas, um barzinho simpático, onde consegui resistir ao enriquecimento da minha colecção privada de conchas, o mesmo estado das ruínas do edifício das irmandades, que aparece nuns poucos filmes estrangeiros, talvez pela fotogenia hiper-explícita da extensa colunata. Por sua vez, a vegetação e o solo estavam ressequidos, mas mesmo assim, havia flores delicadíssimas, como esta azul que se vê na composição. O que mais me impressionou foram os milhares de caracóis pendurados nos caules secos de flores e ervas. Imagino que, assim fornecido, o lugar esteja assinalado na rota dos apanhadores de caracóis.

13 setembro 2018

Da beira-mar

Como é bom mudar de ares... E como se nota de imediato que mudo. A ansiedade pelos prazeres da colheita tirou-me do leito ainda mal se via. A praia estava em modo sovina, nem uma concha de jeito. Valeu-me esta metade e a inteira, pequena, que fazem parte da colecção pessoal. As penas recolhera-as no passeio ao crepúsculo de ontem. O galhito é o caule ressequido do comum chorão e as flores foram apanhadas na falésia. A luz é de sol ainda escondido.

12 setembro 2018

Nostalgie, nostalgie

Rever as fotografias das composições ainda não publicadas é um exercício de memória de lugares, da abundância ou escassez de cogumelos, das formas, texturas, padrões e cores da vegetação, que comparo com o que há agora. Nos dias quentes deste Verão já serôdio, as ervas verdes e as flores desta composição temporã refrescam o olhar, ao mesmo tempo que fazem brotar uma nostalgia, ainda em botão, mas que já dá para uma boa mousse de melancolia.

11 setembro 2018

Caprichos de beldade

Encontrei esta borboleta sobre a flor em que se encontra. Cortei a flor, ela permaneceu quase imóvel. Bem lhe pedi, roguei, instiguei, esperei que abrisse as alas. Nada. Deixou-me fazer a composição em torno dela, posou para a fotografia e já foi grande favor.

10 setembro 2018

Ar, luz

O Verão tem muitos dias demasiado quentes, mas é bonito até ao fim. Por esta altura, abundam ervas secas que parecem cachos de ouro, jorros de luz entre a folhagem verde-maduro e as sementes penugentas de muitas plantas ainda estão apresentáveis.

Nestas fotografias mostro as fases da composição em que tentei dar ênfase a ervas secas. Não me foi possível preferir nenhuma, por isso vão as três.

09 setembro 2018

Dos montes, prados, bermas, jardins e estufas

Uma das flagrantes faltas nas floristas — com licença para a flagrante aliteracão — é a possibilidade de escolher flores e ervas silvestres. Como elemento único, como parte secundária, ou como mero apontamento, constituiriam interessantes alternativas aos estafados arranjos, bouquets, palmas e coroas, exclusivamente feitos com flores de estufa, autóctones e exóticas. Note-se que não tenho nada contra as magníficas flores de cultivo, mas gostava de ver mais variação, mais casamentos mistos entre Natura e Cultura.

Suspeito que esta lacuna será preenchida quando alguma celebridade mostrar na TV a casa decorada com flores bravas. É pena que nisto das flores, também haja modas. Como se a beleza delas fosse passageira. Não! A beleza das efémeras flores, dos montes, dos prados, das bermas, dos jardins e das estufas é intemporal e transcultural.

Nesta composição de flores secas, misturei a ervas e flores silvestres, sementes de ácer, rosas, orquídeas e gladíolos, procurando uma expressão multicolor e multitextural.

07 setembro 2018

A bandeira

O lugar não precisa de apresentações, basta pronunciar o nome e logo um halo de sensações, experiências, emoções se desenha e expande em torno das memórias. Refiro-me ao parque do Vidago Palace Hotel. Verdes a perder de vista, dos campos de golfe, a arquitectura de conto de fadas, as árvores imponentes, trepadeiras aqui e ali. A reforçar o traço idílico, da terra subia um cheiro a terra molhada...

Sob o império do verde, já há bastantes folhas secas caídas. Folhas amarelas ou vermelhas são ainda raras. Quis a sorte que eu encontrasse estas que entram na composição. Havia bagas, um cogumelo amarelo muito pequeno, um outro com manchas azuis de bolor e o ramalhete foi-se compondo sobre um enorme líquen branco-cinza de um banco de pedra ali posto há décadas. Na fotografia, insinuaram-se-me as cores da bandeira nacional. Firmo-me na imagem e a bandeira desaparece. Volto a olhar e lá está ela. Não tarda desfralda-se e ainda lhe dá para drapejar...

Ar de Outono

Com um cogumelinho apenas se faz uma composição... Fora as folhas, as pinhas, os cachos de sementes, os ouriços da Índia. Tudo elementos já outoniços.

05 setembro 2018

Luz D’ouro

Duas figueiras com frutos maduros, sebes de piracanta florida, muitos cardos cortados já secos, um raminho cor-de-telha de uma erva comum, folhas do avesso. Tudo encontrado à beira do rio Douro, na Foz do Távora com uma luz dourada linda até doer.

01 setembro 2018

Chama de torga

Esta composição foi feita no início da Primavera, como se pode verificar facilmente pelos Asphodelus que nela entram. A forma de chama é-lhe dada pelo ramito de torga.