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30 junho 2018

Um furo no Alvão

Atravessava o Alvão quando fui surpreendida por um furo no pneu. Enquanto esperava pela pronta ajuda de uma alma caridosa sempre disponível nestas horas de adversidade quotidiana, andei uns metros fora da estrada e logo me deparei com materiais interessantes, apesar de comuns. Havia cogumelos, mas esta saiu mesmo sem eles, de tal modo as flores me saciaram o desejo compositor.

29 junho 2018

Flores azuis

Sempre gostei de flores azuis e nesta altura do ano há muitas pelas bermas, pelos prados e pelos montes. Acho que acompanham bem com cogumelos.

28 junho 2018

Ramalhete do Marão

Rosmaninho, giesta amarela, alho, trevo rosa, orquídea silvestre, folhas de feto, umas ervitas, um cacho de pinhas de cedro, luz de sol poente e está o ramalhete composto.

27 junho 2018

Flores silvestres

E porque nem só de fungos vive Maria Natura, hoje sai uma composição com flores silvestres apanhadas ontem na Linha do Corgo, onde abundam em quantidade impressionante — e impressionista. Sobre o não reconhecimento da beleza de flores que não saiam de jardins ou viveiros hei-de discorrer nos próximos dias, em que me dedicarei a publicar fotografias de composições predominantemente florais.

26 junho 2018

Mar e terra

À extravagância dos dois cogumelos em forma de tigelinha (Peziza) e à incansável beleza dos musgos e dos líquenes longamente chovidos juntei algas e conchas para tentar um efeito de mar e terra.

25 junho 2018

Blackboard

Da série «nocturnos» ou «blackboard», ainda um cheirinho a mimosa, neste Junho já a caminho da última semana.

23 junho 2018

Mais uma marinha na serra

Uma composição com reminiscências marinhas, apesar de ter sido feita bem longe do litoral, em zona montanhosa também bem longe do dia de hoje, já que foi feita em pleno Inverno. Os elementos não botânicos nem zoológicos são pedras, cerâmica e vidro do mar.

22 junho 2018

Despedida de Primavera

Este post é uma baralhada. No dia em que começa o Verão, publico a fotografia de uma composição feita no início do Inverno. E publico-a hoje porque me parece ser a última oportunidade este ano, pois quero falar da Primavera.

Como já disse, o Inverno era ainda recém-nascido, no entanto, havia já estas flores simples. Nelas senti as palavras de Anna Akhmatova quando dizia que na gélida Rússia havia quem sentisse a Primavera no Natal... Eu senti-a dois dias antes, nestas flores, na suave frescura que elas emprestam à composição. Então pensei na importância que os povos dos países com invernos longos e rigorosos atribuem às flores e que manifestam oferecendo-as por qualquer motivo, comprando-as sempre que podem, e até em momentos de grande dificuldade económica, incluindo nos jardins espécies que em Portugal abundam nos montes. Refiro-me às urzes, à giesta, ao rosmaninho, à flor do caril, just to name a few. De facto, por cá, estas flores são tão abundantes que se tornam invisíveis, quase ninguém dá por elas, pouquíssimos lhes reconhecem valor decorativo.

20 junho 2018

Temos pena

Esta chuva estival vem estragar umas coisas, regar outras e regalar caracóis, fungos e a mim... desde que não caia em demasia.

19 junho 2018

Cogumelos aos folhos

São ou não impressionantes as cores, os padrões e as formas das criaturas de Madre Natura?

Repare-se no cogumelo aos folhinhos que se predomina na composição. Não acham que tem o seu quê de excêntrico, embora seja conhecido pelo nome Schizophyllum commune?

18 junho 2018

Há mar e Marão

Uma composição fresquinha para este dia já estival, feita em plena montanha, mas que pretende evocar o mar.

17 junho 2018

EN 222

Recordo que fiz esta composição num dia belo dia de sol em Fevereiro. Foi na Estrada Nacional 222, onde há considerável biodiversidade e onde havia já muitas flores, destas e umas outras brancas. E que injecção de alegria e optimismo provoca a visão de flores abundantes em pleno Inverno!

16 junho 2018

Tetrápode

Este tetrápode pertence à já aqui divulgada série «bicho por acaso». Nele usei quase todas as peças da pequena colecção de vidro marinho. Se souberem de alguma praia onde haja muito, digam-me, para eu me juntar aos muitos maluquinhos que andam pelo mundo a apanhar pedaços de vidro tornado translúcido pelo atrito da areia.

Bodegón

Já aqui publiquei outra composição feita neste tronco glorioso. Os fungos das bordas estavam agarrados a ele e lá ficaram. Só precisei de acrescentar o resto. Creio que por isso não poderá ser incluída nas séries intituladas «Natureza morta», ou será que esta expressão não é para levar à letra? É interessante verificar como as línguas estrangeiras que mais comummente falamos designam esta dita série. Em inglês, «still life» é interessante porque parece considerar má ideia a lusófona «natureza morta», que nos terá chegado por tradução directa da «Nature morte» francesa ou da «Natura morta» italiana, que isto na pintura nem sempre a Gália marcava primeiro. Para os anglófonos, então, a coisa ainda está viva quando três outras grandes comunidades já a consideram morta... e quantas generalizações, certamente abusivas, se poderiam fazer a partir desta idiossincrasia linguística da “pérfida Albion.” O que eu gosto mesmo é do «Bodegón» castelhano, forma com que me familiarizei ao longo das visitas aos admiráveis museus espanhóis. «Bodegón» é duplamente inspirador: por um lado, lembra-me a «bodega» espanhola, que quer dizer «adega» e imediatamente vejo uma série de ambientes do lado B («B» de Boémia); por outro lado, lembra a nossa expressiva palavra, actualmente em desuso, a «bodega».

Ora, o modo como os fungos residentes no tronco (ainda lá estão, sequitos) estão espalhados bem podia ilustrar uma grande bodega e o estado de deleitosa ebriedade que me provoca a feitura destas composições não deve ser muito diferente dos que se vivem na «bodega» espanhola. Digo eu...

14 junho 2018

Achado no chão

Às vezes as composições dão-me bastante trabalho, outras nem por isso e ainda há outras que não dão trabalho quase nenhum. Foi o caso desta. Encontrei o tronco já bem adornado das bonitas Flammulinas velutipes que nele se vêem. Apenas puxei uma, vieram mais duas agarradas, cortei-lhes as cabeças e voltei-lhes as lâminas para o céu, como mais frequentemente faço, pois acho a maior parte dos cogumelos mais bonitos dessa maneira. A seguir, depus o tronco sobre um chão com líquenes, juntei-lhe o cabeludo, a Usnea, e ficou pronta a servir. Voilà!

13 junho 2018

Orelhas ou barbatanas

Podia ter cortado a relva a esta composição, mas apeteceu-me ver muito verde e deixei-a ficar com este ar mais natural que se lhe nota à distância.

Os cogumelos maiores são os memoráveis Pleurotus que encontrei no Azibo e que ainda hão-de voltar a comparecer à chamada para a publicação blóguica, tantas foram as composições que fiz com eles. Os castanhos que os rodeiam de um modo que aqui me lembram barbatanas são as famosas orelhas-de-judas. Ambos comestíveis, embora nunca tenha provado nenhum deles.

12 junho 2018

Mais flores

Esta composição é para a colecção das arranjadinhas. Qualquer mistura se compõe de imediato quando se lhe junta flores. Estas e os cogumelos que com elas aparelham são desse ubérrimo trilho que se chama Linha do Corgo.

Repare-se na linha de cor rosa purpúreo que emerge do lado esquerdo da composição por debaixo dos dois cogumelos maiores sobrepostos. Parecem flores, mas são rebentos de folhas de carvalho, belezas em que só este ano reparei.

11 junho 2018

Madeira de cedro

Esta composição foi feita em meados de Dezembro de 2017, a seguir aos primeiros ventos de Inverno que fizeram vítimas entre as árvores. No dia seguinte à tempestade encontrei este tronco de cedro (falso cedro, ao que parece), cortado no próprio dia. Sinceramente, fiquei com a impressão de que a árvore não tinha sido partida pelo vento, mas que alguém passou munido de moto-serra em caminho do ou para o corte tolerado de árvores total ou parcialmente tombadas e que aproveitou a onda para ficar com um belo quinhão de madeira bonita e olorosa em casa, à borlix.

10 junho 2018

A bailarina

A canção de Antônio Carlos Jobim, cantada por Gal Costa — por onde andará, que não me tem soado este nome, recentemente? — dizia:

«Fotografei você na minha Rolleyflex
Revelou-se a sua enorme ingratidão
».

Nesta composição, como em outras, a fotografia revelou-me qualquer coisa ballética e, no entanto, são só folhas de eucalipto, cogumelos, uma concha e flores do monte.

09 junho 2018

«Está-se a Primavera transladando»

«Está-se a Primavera transladando» e está-se a publicação desta composição atrasando, uma vez que foi feita no início da estação, quando despontam as flores de salgueiro.

Quanto aos cogumelos, os do rebordo são as míticas Daedalopsis confragosas que encontrei num lugar perto desta rocha manchada de líquenes brancos, cujo nome, infelizmente, desconheço, assim como desconheço os abundantes cogumelos que recheiam o núcleo da composição.

08 junho 2018

Hypholoma aurantiaca

Estes espécimenes de Hypholoma aurantiaca são talvez tão tóxicos quanto bonitos. Acontece assim na vida: nem tudo é mau ... ou nem tudo é bom, dependendo do ângulo por onde se espreita a coisa. Refiro-me aos cogumelos de chapéu laranja-avermelhado.

O tronco ainda estava húmido das chuvas que tinham caído na altura e se já são bonitos quando secos, estes imponentes restos de árvore adquirem mais tons entre o negro o cinza quando molhados.

07 junho 2018

Peltigera

Os participantes nesta composição estão vestidos de cores escuras, mas julgo que o verde vibrante do musgo os impede de parecerem aborrecidos ou funeralícios. Além disso, chamo a atenção para um líquen interessante, o que coroa a composição. Trata-se de uma Peltigera, só não me atrevo a dizer qual a espécie. Encontro-o na Linha do Corgo — cuja biodiversidade, insisto, merece um estudo de caso — e no recinto da casa florestal do Marão, situada na encosta voltada a nascente.

06 junho 2018

Galho

Para além de coleccionar líquenes, poliporos, conchas, pedras, vidro do mar e outros achados na praia, colecciono galhos e raízes. E há-os bem bonitos nos montes: de torga, normalmente, secos, bem retorcidos, ou finos e recobertos de líquenes.

Este é de torga e está tão ressequido que parece um osso.

05 junho 2018

Dona Camélia garrida

Segundo comentários no Instagram, na Alemanha e Noruega está calor... Por aqui temos tido chuva e temperaturas baixas para a época, o que não me contraria tanto quanto à maioria, uma vez que a chuva traz cogumelos, e bem me basta o longo defeso dos três meses ardentes de Verão.

Esta composição é uma das minhas preferidas e escolhi-a para tentar colorir um pouco este dia cinzento de Junho dos seguidores, comentadores e likadores destes posts. Faço-o servindo-me da Sr.ª Dona Camélia que sobressai do conjunto.

04 junho 2018

Gaiola-de-bruxa

Esta é mas uma daquelas composições radicais, que se afastam do conceito do «bem arranjadinho», mas talvez não pudesse ser de outro modo a partir do momento em que decidi integrar nela este fungo vermelho, o Clathrus ruber, uma maravilha da Madre Natura, para alguns, para outros uma coisa repugnante. Tê-lo metido numa composição implica que alinho pelos primeiros. O fungo está aberto — fechado, parece uma gaiola — e o elemento que se encontra na parte de baixo da composição é a raiz, o ovo, com se costuma dizer entre micófilos. Há quem o coma, gente a quem gabo a coragem, porque este fungo cheira, tresanda a cadáver em decomposição! É uma estratégia de reprodução, para atrair moscas, cujas patas lhes levam os esporos para outras bandas. O primeiro que vi causou-me mor espanto. Sem notícia de tal criatura, não sabia se era planta, flor daquelas que saem directamente do solo, ou fungo. O odor fez-me pensar que haveria de ter nome comum oriundo do universo diabólico. E aí está, «gaiola-de-bruxa», «lanterna-das-bruxas». Quando virem um — o que será bem provável se forem ao Parque Termal da Curia —, não receiem, que não morde, não magoa, apenas cheira muito, muito mal.

03 junho 2018

Horas extra

Quem faz horas extra? Quem não gosta de as fazer? Quem queria mais? Quem...?

Dedico esta composição em forma de relógio fúngico a quem procura horas extra nessa coisa aborrecida e nada original que consiste — e persiste — nos dias terem apenas 24 horas.

01 junho 2018

Planta ignota

Entre a variedade que integra esta composição há uma planta silvestre em forma de estrela-do-mar que só encontro na Linha do Corgo. Não sei o nome dela, estou à espera que dê flor para tentar identificá-la. Se alguém souber, agradeço o contributo que possa prestar.