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29 novembro 2018

Laccaria amethystina

Pela primeira vez, encontrei estas belezas pequeninas, roxas. São exemplares de Laccaria amethystina, cogumelos que via em fotografias e que tanto desejava encontrar... Tive também a sorte de ser chamada a reparar neste medalhão de musgo, onde depus um raminho de amoras que nunca amadureceriam, uma flor de Verão, o açafrão bravo de inícios de Outono. O conjunto deu nesta assembleia de tesourinhos.

25 novembro 2018

Espelho meu

Cheguei a uma fase em que acho especial beleza no que está decadente na Natureza. Folhas já manchadas, secas, cogumelos mirrados, cobertos de bolor, quase a desfazerem-se, troncos carcomidos, ossos — sim, até ossos... — passaram a captar a minha atenção e, não tardará, a predilecção. Isto talvez me desse lugar na longa, e nem sempre mui digna, fila dos decadentistas. Porém, estou em crer que se trata daquela natural simpatia pelo símile. Atrai-me o decadente — meu espelho.

22 novembro 2018

Diospireiros e medronheiros

A Linha do Corgo está cheia de cogumelos, mas, nesta altura do ano, nisso não é distinta de muitos outros lugares. O que a distingue é ter ainda figos e um magnífico exemplar dessa extravagância da natureza que são os diospireiros quando ficam carecas de folhas e cobertos de frutos que à luz parecem bolas de ouro. E já que me meti no ramal da garridice botânica, cabe puxar para aqui os medronheiros, que esses estão carregados, simultaneamente, de frutos em diferentes fases de maturação e de flores, de cuja abundância e esplendor me servi para a moldura inferior desta composição.

20 novembro 2018

Fungário

Sempre me fascinaram as rússulas e fico sempre bem agradada com os tons delas, do roxo ao cor-de-rosa pálido, passando pelo vermelho sanguíneo. Com a chuva que tem caído, este Outono são às dúzias. Aqui dispu-las sobre este musgo aveludado e casei-as com líquenes e uma pinha. Proponho que em vez de Brumário, se chame Fungário ao mês de Novembro.

18 novembro 2018

O Outono no Parque

A última ida ao Parque Termal das Pedras Salgadas foi muito proveitosa. As folhas estavam de ensacar às mãos cheias e encher um colchão; os cogumelos eram às dezenas aqui e às dúzias ali e alguns nunca vistos, como é o caso destes cinza-azulados. O pauzinho tem uma mancha vermelha, que é um “bolor limoso”, “fungo mucilaginoso”, “mofo limoso”, “bolor mucilaginoso” ou “fungo gelatinoso”, nomes comuns informais do ser vivo vermelho, segundo a Wikipédia.

Mas isto são coisas miúdas, miudíssimas, para representar a beleza do parque, que por estes dias se apresenta com um esplendor luxuriante difícil de descrever. O melhor é ir ver.

17 novembro 2018

Sonhos cor-de-rosa

Já viram cogumelos que parecem gelados de pauzinho? E lanosos como uma camisola de mohair? Eu encontrei estes, exactamente no lugar onde tinha visto exemplares da mesma espécie, no ano passado. Umas horas depois de os colher, tinham desaparecido, pois como já disse aqui, os Coprinus comatus liquefazem-se quando velhos ou algumas horas depois de cortados, se a tal forem sujeitos enquanto jovens. Já os chapéus cor-de-rosinha são Mycenas roseas, um encanto quando encontrados em abundância, como foi o caso destes.

15 novembro 2018

A outra composição de Domingo

Cá está a outra composição referida no post ante-anterior. Vi um coto de tronco com estes cogumelos cinzentos, bem vivaços, não tive coragem para os apanhar. Rodeei-os de mais meia dúzia e de folhas de bétula e that’s it.

14 novembro 2018

Vamos ao Azibo?

Há boas razões para visitar a albufeira do Azibo: o perfil imprevisível da bacia de água, o pôr-do-sol, as riquezas da flora, o sossego, as amoras, a gastronomia de Macedo de Cavaleiros. Ah, e os cogumelos.

11 novembro 2018

No escalambro de ontem à tarde

Com base nas previsões meteorológicas, ontem julguei que choveria toda a tarde. Não foi assim. Aproveitei a aberta, o escalambro, e fui revisitar lugares da infância e juventude. Vi centenas de cogumelos, quase tropecei em dezenas, perdi o meu cão velhinho, desesperei até o reencontrar, achei dois Boletus edulis que pareciam dois belos mancebos, arregalei os olhos perante um exemplar do fungo Ramaria, fiz esta e outra composição, visitei a macieira moribunda, comovi-me com a velhice dela, fui adoptada como pastora por um grupo de doze cabras que me seguiram pelo monte até ao carro. Da outra composição, das cabras e da macieira, hei-de aqui prestar contas mais longas.

09 novembro 2018

Grinalda

Esta é a minha primeira grinalda. Fi-la hoje no Azibo, onde havia tesouros outonais em variedade e quantidade bem satisfatórias. Sempre gostei desta palavra, que devo ter encontrado nalgum livro juvenil. Tenho a impressão que durante uns tempos as grinaldas, as semi-grinaldas e as quase-grinaldas vão aparecer por aqui a rodos.

08 novembro 2018

Reciclagem II

O musgo sobre o qual repousam as folhas de feto na parte inferior da composição foi por mim posto em cima da pedra onde está em Abril, para servirem de base a uma composição bem florida. Ultimamente, tem-me acontecido regressar a lugares onde deixei uma composição e verificar que os materiais menos perecíveis ainda lá permanecem, não raro com uma frescura que os torna reutilizáveis. Neste caso, a frescura não era muita, mas creio ter sido conseguida com as três grandes Amanitas muscarias, os já referidos fetos e os apontamentos vermelhos das contas de azevinho e de rosa canina.

07 novembro 2018

Reciclagem

Está é uma composição repescada. Não rebusquem o sentido da palavra anterior no mini lago que nela entra. Talvez fosse mais apropriado usar o modernismo «reciclada», já que o que se passou foi o seguinte: fiz esta composição aproveitando os restos que ainda lá estavam de outras ali feitas há menos de uma semana. As bagas, os ouriços, as castanhas-da-índia e os medronhos ainda estavam em muito boa forma, resistentes aos efeitos das intempéries. Bem gostava de assim ser, mas até me bastava assim parecer.

05 novembro 2018

Ar

Finalmente encontrei penas de um pássaro que não reconheço. Casei-as com sementes de cardo, de que sou incansável apreciadora, e deu esta figura que me sugere um cometa e outras coisas aéreas.

04 novembro 2018

Deveres precoces

As pinhas caídas parecem armar-se em abrigo de cogumelinhos e pedir meças às flores estivais, que não desarmam e se mantêm frescas e viçosas, apesar das noites frias. Sabe bem apreciar as dinâmicas de Madre Natura. Devia haver cursos que iniciassem as pessoas nesses prazeres. E devia começar-se cedo, que é de pequenino que se torce o pepino e se prepara a menina e o menino.

03 novembro 2018

O espectáculo do Outono

Por estes dias, quando saio para os montes e vales, vejo tanta beleza que até me deixa triste de a gozar tanto. Triste por não conseguir captar a variedade de cores, os efeitos das tonalidades misturadas, dispostas em dégradé. É que não encontro palavras, não consigo fazer vídeos nem fotografias que representem satisfatoriamente a intensidade e a extensão do espectáculo das caducifólias multicoloridas.

02 novembro 2018

Amanitas na berma da estrada

E pronto, chegou a estação das Amanitas muscarias. Ao descer o Marão, em menos de três quilómetros vi três anéis delas. Apeteceu-me apear-me e colher meia dúzia, mas demoveram-me o perigo e a forte possibilidade de multa. Estas apanhei-as nos bosques da serra, junto de bétulas. Deixei lá muitas mais.

01 novembro 2018

Entre vivos e mortos

Agora que a flor do açafrão bravo começa a fenecer, derreada pelos frios nocturnos e pelo peso das gotas de água, ocorreu-me publicar a fotografia desta composição feita à beira-barragem. Vai a dita flor acompanhada de outros elementos, achados vivos ou mortos, que me mereceram a atenção devida às coisas coloridas.