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04 junho 2018

Gaiola-de-bruxa

Esta é mas uma daquelas composições radicais, que se afastam do conceito do «bem arranjadinho», mas talvez não pudesse ser de outro modo a partir do momento em que decidi integrar nela este fungo vermelho, o Clathrus ruber, uma maravilha da Madre Natura, para alguns, para outros uma coisa repugnante. Tê-lo metido numa composição implica que alinho pelos primeiros. O fungo está aberto — fechado, parece uma gaiola — e o elemento que se encontra na parte de baixo da composição é a raiz, o ovo, com se costuma dizer entre micófilos. Há quem o coma, gente a quem gabo a coragem, porque este fungo cheira, tresanda a cadáver em decomposição! É uma estratégia de reprodução, para atrair moscas, cujas patas lhes levam os esporos para outras bandas. O primeiro que vi causou-me mor espanto. Sem notícia de tal criatura, não sabia se era planta, flor daquelas que saem directamente do solo, ou fungo. O odor fez-me pensar que haveria de ter nome comum oriundo do universo diabólico. E aí está, «gaiola-de-bruxa», «lanterna-das-bruxas». Quando virem um — o que será bem provável se forem ao Parque Termal da Curia —, não receiem, que não morde, não magoa, apenas cheira muito, muito mal.

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