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16 junho 2018

Bodegón

Já aqui publiquei outra composição feita neste tronco glorioso. Os fungos das bordas estavam agarrados a ele e lá ficaram. Só precisei de acrescentar o resto. Creio que por isso não poderá ser incluída nas séries intituladas «Natureza morta», ou será que esta expressão não é para levar à letra? É interessante verificar como as línguas estrangeiras que mais comummente falamos designam esta dita série. Em inglês, «still life» é interessante porque parece considerar má ideia a lusófona «natureza morta», que nos terá chegado por tradução directa da «Nature morte» francesa ou da «Natura morta» italiana, que isto na pintura nem sempre a Gália marcava primeiro. Para os anglófonos, então, a coisa ainda está viva quando três outras grandes comunidades já a consideram morta... e quantas generalizações, certamente abusivas, se poderiam fazer a partir desta idiossincrasia linguística da “pérfida Albion.” O que eu gosto mesmo é do «Bodegón» castelhano, forma com que me familiarizei ao longo das visitas aos admiráveis museus espanhóis. «Bodegón» é duplamente inspirador: por um lado, lembra-me a «bodega» espanhola, que quer dizer «adega» e imediatamente vejo uma série de ambientes do lado B («B» de Boémia); por outro lado, lembra a nossa expressiva palavra, actualmente em desuso, a «bodega».

Ora, o modo como os fungos residentes no tronco (ainda lá estão, sequitos) estão espalhados bem podia ilustrar uma grande bodega e o estado de deleitosa ebriedade que me provoca a feitura destas composições não deve ser muito diferente dos que se vivem na «bodega» espanhola. Digo eu...

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