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01 janeiro 2018

Ano Novo

Quem se lembra destes versos de Eugénio de Castro, que hoje me bailaram todo o dia na memória?

Hoje, dia d’Ano Bom,
Foi o jantar melhorado:
Canja d’oiro, cabidela
E um rico leitão assado.
[...]
Além dessas vitualhas,
Outras mais o olhar divisa:
Mexilhões frescos d’Aveiro
E um paio, róseo, de Nisa;

Sobremesas são às dúzias,
Na mesa, ao pé da floreira:
Manjar branco, ovos de fio,
E uma “barriga-de-freira”.
[...]

Creio que o «jantar» mencionado no texto é o nosso actual almoço. Até aos anos 80, os rurais mais velhos designavam assim as refeições do dia, por ordem cronológica: mata-bicho, almoço (cerca das 10 h da manhã), jantar, merenda, ceia.

Serve este inédito intróito para assinalar a continuação dos excessos gastronómicos da quadra. Já a composição do dia não tem ar de ir à mesa, mas tem algo de excessivo: o cogumelo que a protagoniza é dos mais belos que já vi, é usado como coadjuvante no tratamento quimioterapêutico de alguns cancros, tem 3 nomes em Latim (Trametes versicolor, Polyporo versicolor e Coriolus versicolor). Em inglês, o nome vulgar é o apropriado «turkey tail»; em português, não lhe descortinei nenhum. Se alguém souber, faça-me o favor de mo ensinar. Enquanto isso não acontece, chamo-lhe «vestido de sevilhana». Olé, 2018!

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