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15 fevereiro 2018

Sobre pedras

Não sei se muita gente repara nas pedras da nossa região, fragas de granito que dariam generosas eiras, se calhasse de perto viver gente, lajes de xisto de feitio tão regular que parecem ter sido talhadas por mãos. O tamanho e as formas são merecedores de loas, mas o que me agarra e me demora o olhar são os líquenes. Não vou maçar ninguém (hoje, não) com uma lista de nomes em latim desses incríveis seres vivos; quero apenas chamar a atenção para formas de beleza que, por serem banais e gratuitas, poucas são as pessoas que as apreciam, distraída a larga maioria pelas obrigações da vida-vidinha a que tão pouco se pode fugir.

Ultimamente, tenho tentado integrar os líquenes das rochas em algumas composições. Nesta, com a mancha esverdeada do líquen pareceu-me que conseguiria o efeito de um rasto luminoso, cometário, portanto. Então pareceu-me que o arranjo de fungos e flores vem a descer na direcção do observador. Aliás, até me parece que desceu e já está a subir. Esta sensação é geral ou só minha? Se calhar, no meio desta cogumelagem toda que apanho sem critério quanto à espécie, lá vêm uns exemplares dos que fazem ver coisas. Ou estas suspeitas não se podem publicar aqui, nem sequer confessar às paredes?... Mas eu só me refiro a pedras...

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