Os dois cogumelos que se encontram inteiros do lado esquerdo são discretos, mas dos mais bonitos que encontrei. Chamam-se Flammulinas velutipes e aparecem no Inverno. Os que têm tons na banda rosa-roxo são as conhecidas e comuns rússulas. As hastes que usei são vagens de aloendro, esse arbusto comum cujas folhas de alta toxicidade têm maltratado incautos e crentes na ideia de que tudo o que é natural é bom... Reparo muito na flor dele porque permanece durante quase todo o Verão e quem me fez descobrir-lhe o nome foi Natália Correia, no seu poema erótico «Cosmocópula» que desfecha assim:
abro-te as coxas e deixo-te crescer
duro e cheiroso como aloendro.
O Nerium oleander, à semelhança de outras plantas muito comuns, é pluralmente nomeado: oleandro, loendro, loandro, loandro-da-índia, alandro, loureiro-rosa, adelfa, espirradeira, cevadilha ou flor-de-são-josé.
A dureza que refere a poeta pode aplicar-se à vagem.
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