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17 agosto 2018

De pérolas e porcos, II

Mesmo depois de muito desapontada com o estado lastimável da zona da barragem da Falperra, acima de Vila Pouca de Aguiar, resultado inegável de um inconcebível desrespeito pela natureza e pelo espaço colectivo, voltei lá ontem. Escusado será dizer que a lixeira aumentou. É evidente que os utentes deviam ser mais civilizados, mas também é evidente que a entidade responsável pelo cuidado do espaço não está a cumprir os seus deveres. A novidade não é nenhuma, habituados que estamos à sequência dos factos: festejos vistosos na inauguração, com presença de alguma elevada pessoa vinda de longe para abrilhantar o evento, blablablá da praxe foguetória (deveria escrever-se «fuguetória», por ser tão fugaz o entusiasmo) e é finita la commedia. Não se zela pela manutenção, não se limpa, não se substitui o danificado, deixa-se ao deus-dará, exposto ao ânimo lixeiroso do povo. Enfim...

Por entre dejectos humanos, objectos de plástico e outras flores da humanal passagem e paragem, encontrei estas belezuras que pus (estou farta do verbo «colocar» usado para pôr tudo e mais alguma coisa, como «colocar questões» e aaahh, esta é mesmo ridícula, «colocar a mesa» em vez de «pôr a mesa», com o sentido de a preparar com pratos, talheres, copos etc.) sobre este musgo luxuriante. A pena creio ter pertencido a um dos corvos que no dia anterior ouvi crocitar por ali. Creio também que serão eles os responsáveis pelos parcos despojos de lagostins de água doce que vou encontrando sobre as pedras. Terão aprendido com os humanos a fazer lixo e largar?

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